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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

POESIA GOIANA
Organização de SALOMÃO SOUS

 

 

 

DURVAL ROSA DA CUNHA

 

É natural de Jaraguá, Estado de Goiás, Brasil.
Formou-se em direito no CEUB, Brasília. Atualmente reside em Anápolis.

 

 

ANTOLOGIA EM VERSO E PROSA.  (Autores filiados à União Literária Anapolina). Organizado por Laurentina de Medeiros, Natalina Fernandes e Henrique Mendonça.  Capa: Julio Alan. Prefácio: Júlio Sebastião Alves.    Anápolis: ULA, 2005.  304 p.  14 x 21 cm.       Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

        Arrependimento

Tivera eu começado
As rimas na mocidade,
Teria então um reinado
Inteiro, sem ter metade.

O que passou não se passa
Nem posso correr atrás;
Aos idos nunca se abraça
Mesmo de longe ou por trás.

É pena que a gente cesse
Com o sol a pino a brilhar,
E o viço que se arrefece,
Esvai-se sem notar.

Foi sim foi só a preguiça
Que, me aquietando os preceitos,
Tornou-se a rima “lediça”
Arcaica nos seus efeitos.

Arma não há que se use
Na briga com um inimigo
Que pelas costas me acuse,
Se não está mais comigo.

—Não cesse, moço, os estudos,
Que o tempo não se detém,
Senão serás um dos rudos,
E dos mais rudos, refém..—

Meu estro que já foi tanto,
Encara agora a verdade
Que se acomoda num canto
Enquanto choro a saudade.

 

                             01/11/2001

 

 

       Hasta pública

Ai, quem me dera, como fora à luz,
Brilhar às margens de rudes caminhos
Por onde a fronte, a coroar-lhe espinhos,
Passou vergada pela dor da cruz.

Que dor cruel, a dor do meu Jesus,
Que até nos ares tristes passarinhos
Emudecidos voam para os ninhos
E o próprio sol a trevas se reduz!

O seu mutismo foi o mais loquaz
Dos argumentos na minha defesa
Ante o algoz que mostrou sagaz.

Sofrendo horrores, inda em almoedas,
Compra a minha alma com sangue e nobreza
Pôs em vende-LO  por trinta moedas.

 

                                           27/09/2001

 

 

        Leeeeia, moço!...

Leio uma lauda de alfarrábio sujo,
Sujo do tempo empoeirado e longo,
Longo na vida, no soar do gongo,
Na expectação do fim do qual não fujo.

O livro mudo é barco sem marujo;
As laudas, velas de formato oblongo;
Por comandante o último ditongo
Finalizando o livro, o dito-cujo.

Que triste fim o meu Brasil lhe deu:
Passar o tempo sem um erudito
Que o lê-se como não tem lido o meu!

Quem sabe a terra de “Ordem e Progresso”
—Que traz no verde pavilhão o escrito—
Um dia tenha a todo livro, acesso!

                                       

                                          10/08/2002

 

 

         Manumissão

Hoje é dia da Lei Áurea,
É dia treze de maio!
Ó liberdade, restaurea
Pois ela teve um desmaio.

Pudera, a pobre coitada
Já nasceu velha descrente
Como se preta assolada
Às mãos de quem menos gente!

Ficou tão longe a eficácia
Daquilo que se queria;
Foi ato só de falácia
Que nem tateia a alforria.

A encenação erudita,
De fato, chega a ser linda,
Contudo, fica restrita
Ao sonho que não se finda.

A fé que a alma nos brinda
É viva em toda a extensão,
Ainda que, presa a guinda,
Conviva com a escravidão.

 

                                     19/05/2002

 

 

         Perdoa!...

Tu tens a tez colorida
Que fala da negritude
Da raça, longe, escondida
Em terras que ver não pude.

Tua alma vem d´acolá,
D´além do grande oceano
Onde outro povo não há
Mais forte por ser tirano

De lá tu foste trazido
À pega e infamante açoite...
O orgulho, o brio escondido
Na pele da cor da noite.

Perdoa o grande pecado!
O mal não tem pele branca,
É a ambição do culpado
Que teu perdão atravanca.

Agora és nobre, gigante
Que valoriza a nação
Como se raro brilhante,
Embora sendo carvão.

 

                       20/05/2002

 

 

*

 

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Página publicada em junho de 2021


 

 

 
 
 
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